domingo, 30 de setembro de 2012

Pato Aventureiro

Encontrei, graças ao facebook, uma pequena pérola da televisão: Les Aventures de Saturnin.

Lembro-me do patinho andando de carro, ou mesmo com óculos escuros.

Pena que não encontrei em português. Mas aqui tem um versão em espanhol...

Imagino que nos dias de hoje, uma série como esta seria impossível de ser realizada (acho que o pessoal da PETA provavelmente iria destruir o estúdio).

sábado, 29 de setembro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quando Todo Mundo Ignora o Elefante na Sala...

Bizarramente, esta situação é comum. Claro que não estou dizendo que há uma gigantesca conspiração do silêncio, caro leitor. Mas há situações interessantes aonde parece pairar um silêncio sobre determinados eventos.
Só para lembrar de um evento mais recente.
O caso em questão é sobre os apagões do sistema elétrico.
Nada como uma vela para lembrar da escuridão.
Se o leitor seguir este link verá uma lista bem extensa, mas nem por isso totalmente inclusiva.
Este blecaute foi trazido para vocês por um vendaval. Ufa, ainda bem que não temos vulcões!
Naturalmente há um componente "político" importante: o apagão costuma ser usado com símbolo de má gestão. E muito provavelmente há uma certa dose de razão nisto, mas não é toda a verdade - apenas o pedaço que interessa. Um exemplo do que estou falando está neste tweet aqui: joga-se a culpa dos problemas de um governo no governo anterior.
Governos Anteriores e Sucessores, Cães e Gatos... Acho que o leitor entende a analogia.
Mas isto também não é o mais sério.

O mais sério é que quando houve o famoso apagão de FHC, bradava-se a meio mundo sobre incompetência de gestão (talvez com certa razão). Mas quando se trata dos apagões dos últimos 8 anos, o silêncio é patente (principalmente sobre o apagão de 2009 - que tratei aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e principalmente aqui - ou olhe os posts com o marcador apagão).
Como eu já disse antes: Errar é humano, culpar outros pelo erro também.

Claro que ao ser perguntada especificamente sobre o apagão em 2009, a atual ocupante da presidência deu uma pérola de resposta.



E ficou por isso mesmo.
Caros leitores: isto é um blecaute.
Ignorar o elefante não é apenas feito pelo governo, mas também da imprensa.
Já isto é um apagão. Perceberam a diferença?
O que mudou? Mudou o governo. E a cereja no bolo: a responsável pelo setor elétrico em certas épocas de apagão (2003, 2005, 2007 e 2009) era justamente a atual ocupante da presidência da república.

Ah, e só para ver como as coisas são: os próprios verbetes do wikipedia referentes a Dilma Roussef, Crise o Apagão e sobre Blecaute estão silenciosos (ou incorretos) em vários pontos relativos aos apagões.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fortão contra o Fraquinho

O título vem de uma frase em uma entrevista do publicitário João Santana:

Santana - Sempre havia esse risco. Mas Lula, depois de se tornar presidente, sempre que esteve em situação de vítima saiu lucrando. É outra teoria minha, a do "fortão" e a do "fraquinho". Duas características que convivem, paradoxalmente, no mesmo personagem.

Como isso ocorre?

Santana - Passou a existir uma projeção das camadas C e D da população. Lula é um deles. Chegou lá. Os 60% da população que se identificam com Lula enxergam o presidente como o fortão, o igual que rompeu todas as barreiras sociais e tornou-se um poderoso. É algo que mexe profundamente com a auto-estima das pessoas. Lula, nesse caso, é o "fortão", o "libertador" da minha teoria. Por outro lado, quando Lula é atacado, o povão pensa que é um ato das elites para derrubar o homem do povo. "Só porque ele é pobre", pensam. Nesse caso, vira o bom e frágil "fraquinho" que precisa ser amparado e protegido. Jamais houve, no Brasil, tamanha identificação entre um presidente e os setores majoritários da população."

Aqui temos o fraquinho...
Então vemos uma dicotomia interessante criada pelo marketing: o mesmo personagem ora é forte, ora é fraco, dependendo até das circunstâncias. Essa é a situação ideal que todos os políticos aspiram (desde que o lado forte e o lado fraco ocorram quando é do interesse próprio).
E aqui temos o fortão. Só que os dois são a mesma pessoa...
O bizarro desta situação é que supõe que uma das pessoas mais poderosas do país, com o aparato estatal à reboque se torne uma vítima de outras pessoas. Mas os leitores podem ficar tranquilos: este trato não é exclusividade dos brasileiros. Mesmo os Estados Unidos vivem situações bastante semelhantes de tempos em tempos.

Talvez seja mesmo intrínseco a democracia, ou qualquer governo eletivo.

Será que é o primeiro traço preocupante de populismo?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mais Coisas que Mentimos para Nós Mesmos

Caro leitor, você é a favor da pena de morte?
Essa foto é de filme (Sin City para ser exato).
Bem, imagino eu, que qualquer pessoa sob circunstâncias graves pode ser favorável a tomar decisão favorável à pena de morte...

Mas, lhe pergunto, caro leitor, no caso que o dito cujo "cabra marcado para morrer" for inocente de qualquer crime?

Não estou colocando o "e se" na jogada, estou perguntando se o leitor poderia ser favorável a terminar a vida de um ser humano quando, sem a menor sombra de dúvida, o mesmo é inocente...

Pergunta difícil? Nem tanto?

Muito bem, mas não é exatamente isto que fazemos quando abortamos propositalmente um feto? Não é exatamente o caso de terminar a vida de um ser humano quando, sem a menor sombra de dúvida, o mesmo é inocente?

Ah, aí a coisa é diferente... Não é um ser humano... Ainda é apenas um amontoado de células....
Aparentemente, estas são células tronco.
Este argumento eu conheço bem: desumanização do adversário. O efeito final é bem conhecido na ciência.
Não precisa nem ter fenótipo muito diferente.
Mas deixemos o caso aonde a desumanização é bastante óbvia, e vamos ao caso aonde a gravidez pode causar dano a mulher. No caso do dano físico, temos uma escolha de Sofia, mas o dilema do "eu versus você", ou mesmo o de "eu e você vamos juntos nessa" é compreensível e intelectualmente mais fácil de se relacionar. Se a gravidez é de risco, a opção de finalizar a vida do feto torna-se pelo menos racionalmente compreensível.

A questão é que a definição de gravidez de risco pode ser esticada, dependendo de quem estiver utilizando. Pode-se incluir fatores sociais na definição do que seria "risco" (incapacidade da mãe, pobreza, insanidade, drogas, e uma lista bem grande). E aí é que vemos as pessoas no seu pior...

Não nos fatores em si, mas como defensores de direitos moralmente insustentáveis. Aí as pessoas passam a usar de sofismas, de falácias e das boas e velhas mentiras para justificarem suas posições ou decisões.

Então, no fundo, a maioria das justificativas acaba sendo baseada no famoso mantra: "eu, eu e eu!".

E aqui eu quero deixar um ponto bem claro: não creio que ninguém tenha o direito de decidir sobre vida ou morte de alguém, mas não ignoro que ter ou não o direito não costuma deter pessoas de fazer o que querem. Talvez por isso mesmo, acredito que só as pessoas vivenciando o fato é que podem tomar as decisões pertinentes. Não é que não possam consultar com outras pessoas, mas só os envolvidos (ou interessados) é que devem realmente decidir. Em resumo: Não se deve matar, na medida do possível & Não se deve querer mandar na vida das pessoas, também na medida do possível.

Francamente, creio que uma decisão desta magnitude não é para ser tomada de modo leve.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Semana Ocupada

Esta semana retomei minhas atividades de pesquisa, já há muito paradas devido ao tempo na administração do departamento (e também um pouco de atuação na eleição para reitor da UnB).

Devo dizer que é bom voltar à pesquisa.

Bom, mas também frustrante...

A verdade sobre a pesquisa é que ela é um misto de frustração com satisfação. Digo isto com alguma experiência a respeito. Há, naturalmente, etapas da pesquisa aonde os resultados fluem e com isso as publicações e os frutos aparecem com facilidade.

Mas a parte do descobrimento em si é um tanto frustrante. São vários caminhos tomados, só para descobrir que são becos sem saída. E não há garantias... Apenas indicações, advindas da experiência, de que certos caminhos podem ter mais frutos que outros.

Então peço desculpas ao leitor pela falta de posts... Irei regularizar as postagens na medida das possibilidades.

Ah, para os que estão curiosos: a pesquisa trata de utilizar a Transformada da Incerteza para calcular taxa de erro de bits de canais de comunicação. Já descobri várias informações, mas infelizmente nenhuma delas realmente para gerar alguma publicação.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Véu da Ignorância...

Eu já mencionei em post anterior que na questão política, dificilmente conhecemos os candidatos.

Na realidade conhecemos apenas a imagem dos candidatos. Se a imagem conforma com o que pensamos, então a tendência é gostar do candidato. Caso contrário...

Nos últimos dias da eleição da UnB, passei algum tempo lendo o que as pessoas postaram a respeito. E alguns posts me chamaram a atenção. Um destes culpa a FT por apoiar o Ivan Camargo. Bem, aí a coisa se torna muito interessante.

O Ivan é professor da FT e conhecido de praticamente todos os professores, funcionários e alunos. Isto quer dizer que além da imagem de campanha, muitos conhecem pessoalmente a pessoal em questão. O que a autora do tweet conhece é apenas a imagem (suspeito ainda que ela conhece apenas de segunda ou terceira mão).
E claro, há uma dose de revolta também.
Mas antes de continuar, uma pequena interrupção -----

Claro que ela provavelmente não imaginou que alguém iria ler o tweet e dedicar um post inteiro em um blog para mostrar os vícios embutidos no mesmo - mas é assim mesmo a natureza das redes sociais e também a natureza humana.

Então, voltando ao texto, já que ela não conhece o candidato mesmo, então o que mais há de errado com o tweet? Bem, segundo o mesmo também afirma que a FT não se manifesta politicamente...
Parece até que é assim que o pessoal vê a FT.
E isto está correto, exceto quando está errado.
Ou assim...
Na realidade, este equívoco é compreensível. Se alguém com pouco tempo na universidade (digamos menos de 2 anos, por exemplo) fosse descrever a FT, possivelmente iria descreve-la como politicamente apática. O que acontece é que esta pessoa ignora o histórico e, por consequência, tem uma avaliação muito equivocada da realidade. Por isto não entende o que acontece, quando a realidade não segue o roteiro imaginado - um problema típico de ignorância (no sentido de ignorar mesmo, não no sentido de burrice).

Quando está errado? Quando a FT resolve partir para a ação. A FT costuma dialogar bastante antes de agir, mas quando é o caso age mesmo (na realidade, a FT já invadiu a reitoria muito antes que isso virasse moda - na época da gestão do Lauro Morhy, por exemplo).
Isso foi em 2011. Mas parece que o pessoal esquece desses momentos.
Aliás, o que costuma acontecer é que os "politicamente ativos" costumam reclamar bastante quando os "politicamente apáticos" da FT resolvem se manifestar (o que indica que o problema, na realidade, é outro - ciúme profissional, talvez?).
Acredito ser perceptível a falta de satisfação na face das pessoas.
Visão seletiva por ideologia pode ser um problema, às vezes...

Mas não enxergar por causa do véu da ignorância é sempre um problema...

domingo, 16 de setembro de 2012

Ficção Científica de Primeira Linha

Eu já havia mencionado anteriormente sobre Quatermass. Só que ao invés do seriado de televisão (infelizmente não disponível), eu mencionei sobre o filme.

Mas houve mais de um Quatermass. Temos disponível Quatermass II

Quatermass and the Pit

E por fim, Quatermass 1979.

Todos são filmes de ficção científica aonde o enredo é muito mais importante que os efeitos. O primeiro trata de um ser do espaço trazido involuntariamente para a terra, o segundo de uma invasão espacial, o terceiro sugere que somos descendentes de marcianos, e o quarto é algo bem diferente: nosso comportamento foi moldado por seres de outros mundos.

Se o leitor deseja ficção científica que desperte o pensamento, a curiosidade e o temor quase religioso, então estas séries são para você.

sábado, 15 de setembro de 2012

O Mistério e o Quebra Cabeças

Um dos meus gêneros favoritos no cinema é o filme do tipo quebra cabeças de mistério. Um exemplo deste tipo é Sleuth.

Também tive a sorte de encontrar o filme completo.

Muitos destes filmes são adaptações de peças de teatro (como Mousetrap). Creio que o mais interessante é tentar descobrir o fim (ou a motivação) da história. O filme teve uma refilmagem em 2007.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Culpa e o Erro

Há uma frase famosa atribuída a Santo Agostinho: Errare Humanum est. Na realidade, a frase pode ser mais antiga (Sêneca, talvez).
Ok, Errar é o humano... Mas então persistir no erro é o que?
Mas a essência é conhecida: É humano errar (ou Errar é humano).

Então por que estou lembrando o óbvio, caro leitor?
Algo que todos nós podemos nos relacionar.
Porque culpar pessoas por erros é também bastante humano. E isto quer as pessoas sejam culpadas ou não pelos mesmos. Mas atribuir culpa a algo intrínseco à natureza humana é como culpar algo apenas por existir.
Claro que é mais fácil falar que errar é humano se não somos nós as vítimas do erro.
Então enquanto cometer erros é algo bem humano, apontar culpados também é.

A questão que creio ser importante não é se o erro é cometido ou não. A questão que é importante é como se age perante o erro cometido.

Este é o verdadeiro teste de caráter.
Ou teste de fingir competência, quem sabe...
Pede desculpas e se responsabiliza pelo erro, ou procura escapar da culpa (ou responsabilidade)?
Não chega a tanto, mas é bem raro mesmo...
Este é o teste.

Claro que nestes tempos de covardia e torpeza, assim como durante toda história da humanidade, encontrar os que optam por tomar responsabilidade é a exceção - e não a regra.
Estes que acham isto, já começam errados...
E claro, há sempre aqueles que acham que podem evitar o erro. Estes tem um inferno particular: quanto menos provável é o erro, maiores costumam ser suas consequências.
Quanto menor a probabilidade...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Resultado do Pleito na UnB

Como sabem, eu fiz campanha para esta chapa.
Depois de momentos de tensão saiu o resultado da eleição para reitor na UnB: a chapa 86 ganhou por 52% a 48% (na realidade 51.59% a 46.42% - com 2.08% de brancos e nulos).

Como temos 2331 docentes, 2730 funcionários e 29617 discentes, então a conta (maluca) fica:

R=29617*(1/2331*votos_docentes+1/2730*votos_funcionários+1/29617*votos_discentes)

O que dá:

R=12.70570571*votos_docentes+10.84871795*votos_funcionários+votos_discentes

Este é o chamado sistema paritário (1/3 do peso para cada um dos segmentos - a conta completa deveria ser esta, mas no fim isso não muda nada).

R=7.818961819* votos_docentes +6.676190476* votos_funcionários +.6153898099*votos_discentes

Na apuração geral tivemos que a chapa 80 teve 732 votos de docentes, 956 votos de funcionários e 4382 de discentes. Já a chapa 86 teve 1051 votos de docentes, 815 votos de funcionários e 4457 votos de alunos.

Substituindo temos:

Chapa 80: 8017.99 (14802.56)
Chapa 86: 8884.13 (16401.61)

Esta pontuação é muito bonitinha, mas realmente diz pouca coisa. Mais interessante é fazer a conta em percentuais diretos.

R=57.11*(1/2331*votos_docentes+1/2730*votos_funcionários+1/29617*votos_discentes)

Assim, já temos:
  • Chapa 80: 46.39%
  • Chapa 86: 51.40%
E claro temos o voto 70/15/15:
  • Chapa 80: 42.37%
  • Chapa 86: 55.09%
E o voto universal
  • Chapa 80: 48.98%
  • Chapa 86: 51.02%
Um ponto relevante para ser levantado é que primeiro para o segundo turno não houve uma explosão de participação.

E o ponto mais importante: qualquer que fosse o sistema, a chapa 86 ganharia!

Eu estou tão contente!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Não que vá causar algum efeito, mas...

Está no ar, na lista de discussão da Adunb, a questão do papel da reitoria pró-tempore na questão da URP (a priori devido a estes posts aqui e aqui).

Eu já postei sobre isso em grandes detalhes. Isto pode ser visto aqui, aqui e aqui.

Como já falei sobre este assunto a exaustão, eu não vou mais me alongar nele. Apenas deixo neste post os links acima para quem quiser ver a documentação original.

Prefiro que os interessados leiam os documentos originais e decidam por si mesmos sobre o que aconteceu.

Eu já me irritei muito com isso em 2010. Não há razão para me irritar novamente, agora que o problema parece ter sido equacionado.

domingo, 9 de setembro de 2012

Literatura na Televisão

Trago hoje uma minissérie exibida há mais de vinte anos: O Tempo e o Vento.

A obra é baseada na trilogia de Érico Veríssimo. Eu não cheguei a ler toda a obra do escritor (dele só li Ana Terra e Incidente em Antares - que aparentemente virou minissérie também), mas o seriado fez história na televisão. A trilha sonora é de Tom Jobim.

Aqui temos um trecho do primeiro capítulo apresentando Ana Terra.

Aqui temos um trecho com a chegada de um certo Capitão Rodrigo


sábado, 8 de setembro de 2012

Quebra Cabeças Mortal

O filme de hoje é Cube.

O filme é sobre um grupo de pessoas aprisionadas em um cubo (na realidade um conjunto de cubos). Uma armadilha sem sentido e mortal.

O filme gerou várias sequências. Cube 2 (o filme está aqui)

Cube Zero

Mas o melhor é sempre o primeiro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quando a Alma é Perdida...

Já me encontrei em vários dilemas éticos. Gostaria de dizer que fiz a coisa certa em todos eles, mas aí estaria tentando me enganar. Mas a partir dos meus erros, eu pude traçar alguns caminhos que facilitaram escolher a coisa certa em outros dilemas.
Vozezinhas na cabeça é coisa meio de doido.
Mas o primeiro passo para isso foi reconhecer que a escolha foi errada.

O segundo passo foi entender porque a escolha foi errada.

E uma armadilha muito comum, que aprendi a enxergar a duras penas, é "o fim justifica os meios". A verdade é que isto é meia verdade - na realidade pode se dizer que esta escolha tem um preço.

Qual o preço? Aí vem a mente uma passagem de Nietzsche: "Aqueles que batalham com monstros devem se guardar para não se transformarem em monstros. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você" (o original está aqui).
Ah, pensou que eu ia colocar uma foto do abismo, não?
Esse é o preço de "o fim justifica os meios". Esta escolha tem um preço: pode-se transformar exatamente no que se está combatendo.

A escolha de "o fim justifica os meios" é muito comum mesmo. Mas ninguém menciona o preço de se transformar no que se combate.

A solução para evitar isso é simples: o fim nem sempre justifica os meios. Quando não justifica? Quando se ganha a guerra, mas se perde a alma. Quando se negam os princípios. Quando se viola a própria integridade.

Em poucas palavras: quando viramos os monstros que combatemos.
Não tem jeito: lutando como monstros, mesmo vencendo, viramos o monstro que combatemos.
Ah, antes de finalizar o post. Há quem pense que pode-se se transformar em monstro e, após a vitória, voltar a ser o cordeiro imaculado. Para estes, eu sugiro ler um certo livro de Robert Louis Stevenson... Pode ser que aprendam alguma coisa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Uma Caloria são Mil calorias


Bem, a unidade Caloria (com C maiúsculo) tomou o lugar da caloria (com c minúsculo). Uma Caloria corresponde a 1000 calorias (ou 1 quilo-caloria -  kcal).
Parece que engorda só de olhar...
Na realidade estas são medidas de energia. 1 caloria corresponde a aproximadamente 4.2 Joules. Então isto quer dizer que quando estamos falando de caloria, estamos falando de energia.
Hehe, não é isso mesmo...
E energia costuma ser conservada.

Então, quando alguém diz que existem Calorias diferentes... Bem, esta pessoa não entendeu direito o que significa energia. O corpo humano pode ser entendido de modo bastante simplificado como uma máquina de conversão de energia. Então quando dizemos que uma pessoa ingeriu um alimento com 100 Calorias, estamos dizendo que o conteúdo energético do alimento ingerido é de 100 Calorias (ou 420 kJ).

Esta é a quantidade de energia presente no alimento.
É com esse aparelho que se medem calorias.
Desconfio que aí é que nasce a confusão. Suspeito que a absorção (transformação em gordura) e gasto de calorias não é igual para todo mundo. Então dependendo do alimento, existirão pessoas que absorverão mais ou menos daquele alimento. Talvez seja genético, talvez seja por outro motivo, mas meu chute educado é que haverá esta variação.

Mas isto não quer dizer que existam calorias diferentes - tecnicamente isto é o mesmo que dizer que existirão energias diferentes (pode parecer bonito, new age, mas não é assim que funciona). E também não quer dizer que exista super-absorção (Uma grama de gordura corresponde, em média, a 7.7 Calorias). Na realidade, o que pode acontecer é sub-utilização (por exemplo: o corpo utiliza um percentual menor de calorias para determinada atividade e o resto vira gordura).
Leia o Rótulo, caro leitor! Preste atenção nas Calorias (kcal).
Então, o que podemos fazer? Bom, olhando os rótulo com indicação de caloria, temos um parâmetro de quantas calorias teremos. Olhando a sua massa temos uma estimativa razoável da taxa metabólica basal.

E aí basta seguir a regra: Perder peso? Ingira menos Calorias / aumente os exercícios. Aumentar peso? Ingira mais Calorias / diminua os exercícios.

Simples assim...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Homenagem a um Gênio da Música Brasileira

Ao ouvir no rádio uma música hoje (Assanhado), não pude deixar de notar a riqueza da composição. Ela é obra de um gênio da Música Brasileira: Jacob do Bandolim. Mas eu deixo o leitor julgar por si mesmo, vamos a algumas composições.
André de Sapato Novo

Brejeiro

Flor de Abacate

Lamento

Doce de Coco

Receita de Samba

Noites Cariocas

E naturalmente Assanhado

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Errado na Ordem de magnitude...

Recebi um tweet com uma notícia interessante:

Corrupção anual no Brasil: 7 bi. Sonegação fiscal: 200 bi


Eu fui ler a notícia (que é curtinha) e ela diz textualmente:
O Brasil ficou no 31º lugar em carga tributáriaCompilei os dados da carga tributária de 183 países relativa a 2010. Muita gente precisa ver isto, principalmente os políticos da oposição e comentaristas econômicos da velha mídia.A primeira tabela mostra a carga de impostos com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com dados da organização conservadora The Heritage Foundation
O Brasil ficou no 31º lugar em carga tributária. Existem 30 países com carga tributária maior que a do Brasil. Destes, 27 são países de grande desenvolvimento humano, europeus em geral.
Aí, confrontada com a realidade, a velha mídia vai dizer: "Ah, mas a população não vê o resultados dos impostos recolhidos". Para este tipo de mentalidade, preparei a segunda tabela, com os países ordenados pela arrecadação per capita. 
O Brasil está em 52º lugar em arrecadação per capita, recolhendo 5 vezes menos que os países desenvolvidos.
Querem nível de vida escandinavo com arrecadação de emergente? É a pobreza, estúpido!
Aí vão dizer: "A situação estaria bem melhor se não fosse a corrupção!". Será? Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que a corrupção impacta 2% (dois por cento) de nosso PIB. Na década, o TCU apanhou 7 bilhões de reais por ano em corrupção, mas a sonegação fiscal anual atinge 200 bilhões de reais, segundo pesquisa de um instituto de estudos tributários.
Por que o movimento "Cansei 2.0" não vai às ruas contra a sonegação, que é 28 vezes piorque a corrupção? Espero que se indignem 28 vezes mais...
Essa neo-UDN!
Quando eu vi a expressão neo-UDN... Bom, aí eu comecei a achar estranho....

Então fui atrás dos dados.

Primeiro que 28 vezes menor do que 200 bilhões é algo perto de 7 bilhões (7,142857142857143) e isto implicaria dizer que o tamanho da corrupção no Brasil foi o que o TCU apanhou por ano de corrupção. E, obviamente, 2% do PIB não são 7 bilhões...

E isto ligou a famosa luzinha de alerta.
Por que não um alerta de cor diferente?
Depois fui atrás das fontes. O texto original é do blog O Homem que Calculava. O texto é praticamente o mesmo, só que com mais gráficos.

E no fim, o famoso estudo da FGV tratava na realidade de um estudo da FIESP. O valor no estudo é de 1.4 a 2.3% do PIB (o que corresponde aos valores de cerca de 70 bilhões - e não 7 como anteriormente registrado).

Mas a cereja no topo foi que encontrei os dados da sonegação na revista VEJA. Naturalmente o estudo original está aqui.

Então qual é a conclusão?
Tecnicamente, poderíamos chamar de um pequeno erro de conta.
Bem, pelos dados de 2008 chegamos que o tamanho da corrupção é de 70 bilhões, ou seja 10 vezes o que o post original falava. O problema da sonegação é bem grande (perto de 3 vezes maior que o da corrupção), mas o da corrupção não é tão desprezível quanto o post original tentava mostrar...

E, naturalmente, ser contra a corrupção e reclamar da sonegação não são mutuamente exclusivos - até porque suspeito que os dois problemas podem estar correlacionados.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Escutando o que se quer Ouvir

Vou ilustrar um fenômeno clássico de ilusão cognitiva: escutando o que se quer ouvir. Vamos ao primeiro:

A pergunta é: qual foi o refrão que o leitor ouviu? Foi "Vou dar porrada!"? A música é esta. O refrão evidentemente é outro. Então o que está acontecendo?

Vamos ao segundo exemplo:

A pergunta é, de novo, qual o refrão que o leitor ouviu? A música é esta. O refrão também é evidentemente diferente do que se "pensa" que ouviu. Mais uma vez o que está acontecendo?

Bom, o que acontece é que tentamos "ajustar" o que ouvimos ao que conhecemos (uma espécie de reconhecimento de padrões). E isto acontece toda hora.


O mais interessante é que fazemos isso não apenas com música, mas com praticamente tudo ao nosso redor. Inclusive economia, política, ideologia, física, medicina, etc...

domingo, 2 de setembro de 2012

Uma Declaração de Voto

Aproveito este post para declarar meu voto para reitoria na Chapa 86.
Acredito que esta é a melhor opção.
Quero deixar também claro que acredito que tanto os professores da Chapa 86 quanto da Chapa 80 são boas escolhas. Só que acredito firmemente que a Chapa 86 é a melhor escolha.

A razão para deixar claro que acredito que as opções são boas é porque há muito ruído nesta eleição. Temos desde difamação pura e simples até pedidos para que eleitores anulem seus votos. Então, dado este estado de espírito, a situação pede por pessoas mais ponderadas e equilibradas, e não o contrário.

Dito isto...

Eu acredito que a chapa 86 é a melhor opção. Já estou engajado neste rumo desde o nascimento do grupo que formou a chapa.

E a ideia central é simples de ser compreendida: os participantes do manifesto que gerou a chapa acreditam que a universidade precisa voltar a ser uma universidade. E uma chave disto é justamente valorizar e fazer funcionar as instâncias decisórias dentro da universidade.

A universidade não é laboratório para experimentos de revoluções sociais. A universidade é local de estudo, de criação e de ensino. Uma universidade aonde a política define sua existência, e uma universidade definida pelo conhecimento são concepções diferentes do que significa uma universidade.

A minha concepção é que a universidade tem como tripé o ensino, a pesquisa e a extensão.

Não é um sindicato, não é uma agremiação e não é um partido político.

Se você pensa assim então sua escolha provavelmente recaí na chapa 86: A UnB Somos Nós.

sábado, 1 de setembro de 2012

Viagem de Amor ao Passado

Hoje trago um clássico (também de Richard Matheson): Somewhere in Time.

Desta vez também encontrei o filme completo.

Agora depois de assistir quero que o leitor responda a uma pergunta: Quem comprou o Relógio?