Eu acho extraordinário como as notícias
são distorcidas de modo sem vergonha. E na minha universidade...
Que papelão...
Mas vamos ao que saiu (antes que alterem). Eu vou grifar as partes relevantes...
Estudantes da UnB também decidem entrar em greve
Paralisação foi definida em uma das maiores assembleias dos últimos anos. Apoio à greve docente também foi aprovado
Pedro Rafael Ferreira - Da Secretaria de Comunicação da UnB
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A assembleia geral dos estudantes da Universidade de Brasília deflagrou greve da categoria no início da tarde desta quinta-feira, 24 de maio. O movimento segue a paralisação dos professores da instituição, iniciada há uma semana, e contou com o apoio quase unânime dos alunos presentes. Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE), a lista de presença teve 431 assinaturas, mas o vão da entrada norte do Instituto Central de Ciências (ICC), local conhecido por Ceubinho, ficou praticamente lotado, indicando uma presença de aproximadamente 600 estudantes.
Veja as imagens da assembleia no
flickr da UnB Agência.
O número supera as assembleias estudantis realizadas nos últimos quatro anos. “Só é comparável à ocupação da reitoria, em 2008”, avaliou Heitor Claro, estudante de Economia, em referência às mobilizações que culminaram na queda do então reitor Timothy Mulholland. “Das assembleias que já participei, sem dúvida essa foi a mais lotada desde a ocupação”, concordou Pedro Henrique, estudante do 10º semestre de Medicina e que acompanhou o movimento da época.
Os alunos também aprovaram a pauta de reivindicações, que exige investimento equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação no país, melhoria na assistência estudantil, paridade nas eleições para reitor da UnB e interrupção do calendário acadêmico. Aprovaram ainda moção de apoio à greve dos professores. “A pauta dos professores não é exclusivamente salarial, mas por melhores condições de trabalho, como plano de carreira, e isso tem a ver com os estudantes. Nossa responsabilidade é dar continuidade ao processo nacional”, afirmou Lucas Brito, estudante de Serviço Social.“A greve já tem mais de 40 universidades e institutos federais envolvidos. Com uma adesão dessas, alguma coisa só pode estar errada”, comentou Isabela Aysha, estudante de Letras.
AGENDA – À noite, o comando se reuniu para traçar as primeiras estratégias de mobilização. A ideia é iniciar uma campanha de sala a sala. “Mais do que fazer barulho, precisamos estruturar uma movimentação em sala de aula, junto com o comando de greve dos professores e representantes dos funcionários, além do próprio comando de greve estudantil, explicando o porquê da greve, convidando para as discussões”, comentou Heitor Zanini, estudante de Ciências Sociais.
O comando de greve estudantil também definiu a elaboração de um informativo sobre a greve, que será distribuído entre os estudantes. “Eu, por exemplo, não sei direito o que é uma greve estudantil. Precisamos esclarecer isso melhor para mobilizar toda a comunidade”, observou Luana Weyl, estudante de Serviço Social.
O professor Rodrigo Dantas, do Departamento de Filosofia, e membro do comando local de greve dos docentes, convidou os estudantes para uma articulação conjunta entre os dois segmentos. “Vamos construir uma agenda local comum de greve”, falou. Nesta sexta-feira, 25 de maio, os comandos de greve de estudantes e professores se reunirão, às 10h, na sede da Associação dos Docentes da UnB para discutir os desdobramentos da greve.
QUÓRUM - “O movimento estudantil, historicamente, nunca se posicionou contra uma greve. É um instrumento de luta e temos nossa própria pauta”, comentou Diogo Ramalho, estudante de Letras, que fez uma das falas de apoio à declaração de greve.
Para o DCE, no entanto, a decisão tem caráter apenas consultivo, já que não houve quórum mínimo, que é de 1.087 estudantes. “Nós [do DCE] consideramos a assembleia legítima, apesar de não ter tido quórum representativo para deliberação”, avaliou Octávio Torres, estudante de Direito e coordenador-geral do diretório. “Temos que avaliar comparando com a realidade, comparando com as assembleias anteriores. Foi muito representativa sim”, discordou Lorena Fernandes, do curso de Serviço Social. “O fato de não ter tido quórum mínimo não deslegitima em nada a decisão de greve”, acrescentou Cynthia Funchal, estudante de Letras. “Na Universidade Federal Fluminense, a assembleia que decidiu pela greve estudantil contou com 700 estudantes. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foram 800 alunos e na Universidade Federal de Uberlândia, cerca de 500”, comparou Lorena Fernandes.
CRÍTICAS – Muitos alunos foram ao microfone para criticar um suposto desinteresse do DCE na divulgação da assembleia. “Na hora de colar cartazes pedindo a presença da polícia no campus, o DCE vai em todas as faculdades. Quando é para convidar para uma assembleia, principal espaço de deliberação estudantil, o DCE só divulga pela internet e não de sala em sala, como deveria ser. Não se faz movimento estudantil pela internet”, protestou Nunes Rio, estudante de Economia.
“Grupos de oposição ao DCE reuniram 31 assinaturas de Centros Acadêmicos pressionando por uma reunião do Conselho de Entidades de Base ou uma assembleia. Foi só depois de muita pressão que o Diretório cedeu e chamou a assembleia”, afirmou Lucas Barbosa, estudante de Letras e membro do Coletivo Mobiliza UnB.
Há duas formas de convocar uma assembleia: uma lista com 3,5 mil assinaturas de estudantes ou uma convocatória do DCE. Para Octávio Torres, coordenador-geral do diretório, não houve “corpo-mole”. “O DCE se reuniu com todas as forças políticas do movimento estudantil para decidir o que fazer. Propomos incialmente que fosse na sexta-feira, para termos tempo de divulgação, mas os grupos preferiram que fosse hoje. Divulgamos em nossos meios de comunicação, como Facebook e blog. Na minha visão, tentamos construir da melhor maneira”, rebateu.
Bem, afinal são 431 ou 600? Os estudantes estão ou não de greve? Bem, vamos ver o que o
DCE escreveu:
Comunicado Oficial do DCE: Assembleia Geral dos Estudantes da Universidade de Brasília (24/05/12)
O Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães presidiu a Assembleia Geral Extraordinária dos Estudantes da Universidade de Brasília hoje, 24 de maio, às 12h no Ceubinho, Campus Darcy Ribeiro. A pauta tratou da Greve Nacional dos Docentes das Universidades Federais e da situação da Assistência Estudantil.
Durante a Assembleia 431 estudantes assinaram a lista de presença. Não se atingiu, portanto, o quórum mínimo de 3% do total de estudantes de nossa Universidade, o qual corresponde à 1097 estudantes. Conforme determinação do Estatuto do DCE/UnB, art. 20, não se atingindo o quórum mínimo a Assembleia tem caráter consultivo e não deliberativo.
Após os tradicionais informes, iniciou-se a Assembleia pelo ponto da greve dos docentes. Foi aberto, em seguida, um período para as inscrições aos favoráveis e aos contrários à greve nacional. Após as falas, foi encaminhado pela Mesa a votação de uma moção de apoio a greve nacional dos docentes das Universidades Federais, que por contrataste foi aprovada.
Posteriormente, sugeriu-se a Mesa que fosse encaminhada a votação de uma greve discente em apoio a greve dos professores e pela qualidade da educação nacional. A maioria dos presentes votou pela greve dos estudantes, tendo como pauta: 10% do PIB para educação, assistência estudantil, paridade e a suspensão do calendário acadêmico.
Os presentes na Assembleia ainda marcaram uma reunião para instituir um Comando Local de Greve, hoje às 18h, no Mezanino da Entrada do ICC-Norte (Ceubinho). Nesta reunião serão definidos os próximos passos da mobilização estudantil.
Finalmente, a Gestão do DCE convoca para terça-feira próxima, 29 de maio, o Conselho de Entidades de Base (CEB) — colegiado de Centros Acadêmicos desta Universidade — para homologar ou não as decisões consultivas tomadas pela Assembleia Geral Estudantil da Universidade de Brasília realizada neste 24 de maio.
Pois é
os estudantes não entraram de greve pois a assembléia não atingiu o quorum mínimo.
Olha só que coisa... O chato é que a notícia também já foi replicada para
jornais.